5  Exercendo o Papel Educador

5.1 Introdução

  • Mesmo impondo as sanções previstas no CTB, o Agente não pode se eximir do papel de orientar o condutor.
  • Mais do que confrontá-lo com as informações sobre as penalidades a serem aplicadas, deve primar, naquele momento, pela demonstração dos riscos ao desobedecer o que prevê a norma legal.
  • Usando uma linguagem cortês e, ao mesmo tempo, assertiva, deve expor os riscos e apresentar a melhor conduta, de maneira que se evitem os riscos de sinistros e tragédias, além das punições previstas no ordenamento legal.

5.2 O Que é Educação Para o Trânsito

5.2.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Art. 1º

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

5.2.2 OS 4 PILARES DA EDUCAÇÃO

A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento (UNESCO, 1996):

  • Aprender a Conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão;
  • Aprender a Fazer, para poder agir sobre o meio envolvente;
  • Aprender a Viver Juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas;
  • Finalmente Aprender a Ser, via essencial que integra as três precedentes.

5.2.2.1 Aprender a Conhecer

É necessário conhecer as leis de trânsito, aos riscos, a importância de atitudes seguras, saudáveis e éticas. Aprender a conhecer consiste em utilizar a aprendizagem para a construção desses conhecimentos, bem como tornar essa construção agradável e prazerosa. É preciso aprender a aprender e interiorizar as informações .

É fundamental aprender a observar o que nos rodeia, perceber os obstáculos no trânsito, prever e entender as atitudes dos outros que compartilham conosco esse espaço, procurar sempre “ ver e ser visto”. Isso faz parte da pratica de direção defensiva, isso é conhecer, entender e compreender o trânsito e as pessoas que fazem parte dele.

5.2.2.2 Aprender a Fazer

O conhecimento em trânsito exige aperfeiçoamento contínuo. As novas tecnologias e os cursos ofertados na área de trânsito são fundamentais para a qualificação de profissionais atuantes na área.

Um agente de trânsito bem preparado não será um simples fiscal, será um educador de trânsito, cuja função é usar o poder que o cargo lhe atribui para impor as pessoas que façam algo em função da força ou a da posição que ocupa, mas sim incentivá-las a fazerem algo motivadas para autoridade, influência pessoal e pelo exemplo de caráter que representa para elas. Assim estará apto a servir e a construir relacionamentos.

5.2.2.3 Aprender a Viver Juntos

Segundo a Unesco ( 1996), aprender a conviver representa, atualmente, um dos maiores desafios da educação. A humanidade tem uma história de conflitos, mas há elementos novos que acentuam o perigo e o potencial de autodestruição criado pelo homem no decorrer do século XX.

A inversão de valores que resulta no preconceito, na competição e no individualismo, reflete no trânsito, dificultando a existência de um ambiente social e democrático. A consequência desse reflexo é a violência viária. E no trânsito, a habilidade das pessoas se colocarem no “lugar” um do outro é imprescindível e, certamente, esta capacidade poderia resolver muitos conflitos e evitar muita violência.

5.2.2.4 Aprender a Ser

É fundamental para a segurança no trânsito a promoção de uma educação que enfatiz4e as condutas éticas que valorize o “ser”, que possibilite a refletir sobre o que realmente importa parra se obter uma vida saudável e feliz, uma educação de formar a personalidade.

Quando as pessoas que convivem no trânsito forem educadas, a realidade será outra. É necessário haver cidadãos equilibrados emocionalmente, responsáveis, compreensíveis, respeitosos e autônomos

5.2.3 Leis e Regulamentação com Base na Educação para AFT

O domínio das leis e regulamentos de trânsito é uma base fundamental para a educação formada pelos agentes de trânsito. Esses profissionais desempenham um papel essencial na orientação dos motoristas e pedestres para garantir um trânsito mais seguro e eficiente.

5.2.3.1 Autoridade e Credibilidade

Os agentes de trânsito são autoridades reconhecidas em questões de trânsito. Quando eles demonstram um profundo conhecimento das leis e regulamentos, ganham mais confiança junto aos motoristas e pedestres, tornando suas orientações mais respeitadas e eficazes.

5.2.3.2 Orientação Precisa

Agentes de trânsito bem informados podem fornecer orientações precisas aos usuários da via. Eles podem esclarecer dúvidas sobre regras de trânsito, procedimentos, restrições e procedimentos, com certeza para uma compreensão correta das normas.

5.2.3.3 Prevenção de Infrações

Agentes de trânsito educados e bem treinados têm a capacidade de identificar infrações e comportamentos inadequados de maneira mais eficiente. Ao explicar as consequências e suas consequências, eles ajudam a conscientizar os condutores sobre as ações que devem ser evitadas.

5.2.3.4 Promoção da Segurança

O objetivo primordial das leis de trânsito é garantir a segurança de todos os usuários da via. Agentes de trânsito que entendem profundamente essas leis podem transmitir informações sobre práticas seguras de condução e comportamento no trânsito.

5.2.3.5 Capacidade de tomar decisões informadas

Situações no trânsito podem ser complexas e variáveis. Agentes bem treinados e familiarizados com as leis e regulamentos estão mais aptos a tomar decisões de controle e justas ao lidar com diferentes situações, como acidentes, congestionamentos e controle de tráfego.

5.2.3.6 Educação Preventiva

Além de aplicar punições, os agentes de trânsito podem exercer um papel educativo. Ao explicar as razões por trás das leis e regulamentos, eles podem ajudar a conscientizar os condutores sobre a importância do cumprimento das regras.

5.2.3.7 Promoção de Mudanças de Comportamento

Ao educar os condutores sobre as consequências negativas de certos comportamentos, os agentes de trânsito podem contribuir para a mudança de atitudes e comportamentos no longo prazo.

5.2.4 CTB - Art.74

A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

Mas, o que leva uma pessoa a ser mal educada e, por isso, ser infratora no trânsito?

  • Desconhecimento das leis e da sinalização de trânsito;
  • Desconhecimento dos perigos presentes nas estradas;
  • Desconhecimento da utilidade dos equipamentos de segurança;
  • Falta de valores positivos

5.2.5 A Educação Para o Trânsito

  • Tem como foco o ser humano, e trabalha a possibilidade de mudança de valores, comportamentos e atitudes;
  • Pode envolver conhecimentos ambientais, de uso do solo, engenharia de tráfego e prediais de emergência;
  • È considerada eficaz na medida em que a população alvo se conscientiza do seu papel como protagonista no trânsito e modifica comportamentos indevidos.
  • A educação para o trânsito deve enfatizar a responsabilidade da sociedade em busca de segurança e bem-estar.
  • A educação para o trânsito ultrapassa a mera transmissão de informações.
  • A educação para o trânsito não se limita a eventos esporádicos e permite ações coordenadas

Uma Educação para o Trânsito pautada na ética e na cidadania forma pessoas para desenvolver papel transformador, (re)pensar atitudes, perceber situações de (in)segurança.

As ações de Educação para o Trânsito têm um fim delimitado: * Mudança de comportamento dos usuários da via, para incremento da segurança do trânsito!

Por isso é de suma importância que o Agente de Trânsito aprimore suas habilidades comunicacionais e seus conteúdos (ou Currículo) constantemente.

6 Fatores de Risco no Trânsito

A segurança no trânsito é uma preocupação mundial e está prevista em diversos documentos internacionais, como o Plano Global da Década de Ação pela Segurança Viária 2021–2030 (ONU/OMS) e as diretrizes da Convenção de Viena sobre Trânsito Viário (1968), das quais o Brasil é signatário. Esses instrumentos reforçam que a redução da mortalidade no trânsito depende do controle dos fatores de risco associados ao comportamento humano, às condições dos veículos e à infraestrutura viária.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 90% dos acidentes decorrem de falhas humanas, sendo os principais fatores de risco:

6.1 Excesso de Velocidade

6.2 Associação Alcool e Direção

6.3 Não Uso do Capacete

6.4 Não Uso do Cinto de Segurança

6.5 Não Uso de Dispositivos de Segurança para Criança

6.6 Uso do Celular ao Volante